0818/2010 - Qualidade de vida em idosos que sofreram quedas: Revisão integrativa da literatura
Quality of life in elderly that suffered falls: Integrative literature review
Adriana Cristina Nicolussi - Nicolussi, A.C. - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Trabalho final da disciplina de Pós-Graduação “O processo de envelhecer – enfoque na intervenção na área da saúde”, ministrada em 2009 na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP) – Ribeirão Preto (SP), Brasil.
Adriana Cristina Nicolussi, Enfermeira, mestre e aluna de doutorado da EERP-USP e Enfermeira do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP-USP), e-mail: drinicolussi@ig.com.br ou drinicolussi@usp.br.
Jack Roberto Silva Fhon, Enfermeiro e aluno do mestrado da EERP-USP.
Claudia Aline Valente Santos, Terapeuta Ocupacional do Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto, aluna especial da EERP-USP.
Luciana Kusumota, Sueli Marques, Rosalina Aparecida Partezani Rodrigues, Enfermeiras, Professoras do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da EERP-USP, responsáveis pela disciplina.
Autoria
Nicolussi, A.C. participou da elaboração, análise dos dados, redação e análise crítica do artigo; Fhon, J.R.S. e Santos, C.A.V. participaram da elaboração, análise dos dados e redação do artigo; Kusumota, L.; Marques, S. e Rodrigues, R.A.P. participaram da revisão crítica do artigo.
Resumo
Foi realizada uma Revisão Integrativa da Literatura com o objetivo de avaliar o conhecimento científico produzido relacionado à qualidade de vida do idoso que sofreu quedas. Métodos: foram selecionados artigos publicados nas bases de dados LILACS, CINAHL e MEDLINE, com os seguintes descritores: qualidade de vida, idoso e acidentes por quedas, nos idiomas português, inglês e espanhol, entre 1999 e 2009. Resultados: nove artigos atenderam aos critérios de inclusão. Encontrou-se que as quedas são frequentes nos idosos, sendo que idosos com mais fatores de risco intrínsecos e que já caíram apresentaram mais medo e possuem mais chance de caírem novamente; e também relataram déficits nas funções física, mental/emocional, dor corporal e relacionados ao meio ambiente e que programas de prevenção de quedas podem melhorar a qualidade de vida do idoso com o tempo. Conclusão: evidenciou-se como lacunas no conhecimento: escassa produção científica nacional, principalmente de autores enfermeiros, e predomínio de estudos descritivos e com nível de evidência considerado fraco. Sugere-se a atuação dos profissionais de saúde em pesquisas de intervenções para prevenção de quedas as quais possam ser aplicadas na prática clínica que possibilitem melhorar a qualidade de vida dos idosos.
Descritores: qualidade de vida, idoso, acidentes por quedas, saúde do idoso, revisão.
Abstract
Objective: to conduct an Integrative Literature Review and to evaluate the produced scientific knowledge regarding quality of life of elderly that suffered falls. Methods: the articles were selected using the LILACS, CINAHL and MEDLINE databases, with the follow-up keywords: quality of life, aged and aged and over and accidental falls, published in Portuguese, English and Spanish, between 1999 and 2009. Results: nine articles accomplished the inclusion criteria. The falls were frequent for the elderly, the elderly with more intrinsic risk factors and those had falls were who that had more fear and had more chance to fall again, and they had deficits in physical, mental and emotional functions, pain and in relationship to environment and that falls preventions programs can improve the quality of life of the elderly over time. Conclusions: knowledge gaps were revealed by a low of national publications, mainly by nurse authors and the predominance of descriptive studies, with weak levels of evidence. We suggest that health professionals conduct interventions researches to falls prevention that can be used in the clinical practice in improving the quality of life of the elderly.
Keywords: quality of life, aged, accidental falls, health of the elderly, review.
Introdução
O crescente aumento da população idosa em todo o mundo, demonstrado nos estudos demográficos e epidemiológicos, evidencia para os órgãos governamentais e para a sociedade constantes desafios, principalmente, no que se refere à área da saúde e aos aspectos socioeconômicos, próprios do envelhecimento populacional. Há cerca de quatro décadas, este crescimento da população idosa tem sido observado particularmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, este fenômeno revela um crescimento exponencial, cuja projeção, para o ano de 2025, mostra que o número de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos será de 32 milhões1-2.
Em decorrência de tal quadro, a queda, considerada um evento não intencional cujo resultado é a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo em relação a sua posição inicial3, tem se tornado uma ocorrência frequente e um problema crescente com o processo de envelhecimento. Quanto mais frágil o idoso, maior a propensão à queda, caracterizando um fator importantíssimo de morbidade, institucionalização e mortalidade.
O risco de cair aumenta significativamente com o avançar da idade. A previsão é de que um terço dos idosos que vivem na comunidade cairá no prazo de um ano e, entre os institucionalizados, esta previsão aumenta para 50%. Ao cair, cerca de 5% dos idosos necessitam de hospitalização, principalmente por fratura de quadril, e, em cada três casos, um dos pacientes falece no prazo de um ano4.
O passo fundamental para a prevenção das quedas é o reconhecimento e a correção dos fatores de risco envolvidos na sua ocorrência, e estes se dividem em intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos estão relacionados com as alterações fisiológicas do processo de envelhecimento, tais como: idade, presença de múltiplas doenças crônicas, polifarmácia, depressão, diminuição da cognição, redução da capacidade funcional, entre outras. Enquanto os fatores extrínsecos estão relacionados com o meio ambiente e, também, possuem papel importante nos episódios de quedas5-6.
As quedas podem acarretar fraturas e medo constante de cair, limitando progressivamente a participação dos idosos em atividades cotidianas. Quedas frequentes em idosos estão associadas à elevada morbidade e mortalidade7 e, como consequências comuns, observam-se os prejuízos nas capacidades funcionais e cognitivas, a institucionalização e o aumento de gastos para os serviços de saúde e sociais8.
Na perspectiva da saúde pública, há uma atenção crescente relacionada ao impacto das quedas e às morbidades associadas, em decorrência do aumento dos custos com os cuidados à saúde bem como a melhora da Qualidade de Vida (QV) dos idosos9. A medida da QV é importante para a avaliação dos efeitos do tratamento e do atendimento pelos serviços de saúde no bem-estar dos clientes. Medidas de QV foram desenvolvidas para entender os tipos de impacto que as intervenções de cuidados à saúde têm na vida dos clientes e o custo-efetividade das mesmas comparadas com outras intervenções de cuidados à saúde10.
Para a elaboração de políticas, ações e intervenções de cuidados à saúde que visem a melhorar a QV do idoso, é preciso compreender este termo e averiguar qual é o seu significado para os idosos.
Na saúde, existem duas vertentes quanto à conceituação de QV, uma genérica, elaborada pela Organização Mundial de Saúde (1995) na qual a “Qualidade de Vida é a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (p.1405)11, e a outra amplamente usada na literatura que estabelece relações mais diretas com enfermidades ou intervenções em saúde, a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) que pode ser definida como um ótimo nível de função mental, física, social e de papel desempenhado na vida, abrangendo relacionamentos, percepção de saúde, aptidões, nível de satisfação com a vida e sensação de bem-estar, e também relaciona as perspectivas futuras e satisfação do paciente com seu tratamento, seus resultados e estado de saúde12.
Quanto ao conhecimento dos idosos sobre QV, um estudo13 realizado com três grupos de idosos revelou que o primeiro grupo conceituou a QV fazendo associações a relacionamentos interpessoais, ao equilíbrio emocional e à boa saúde; o segundo grupo a associou aos hábitos saudáveis, ao lazer e aos bens materiais; e o terceiro grupo a relacionou à espiritualidade, ao trabalho, à retidão e caridade, ao conhecimento e aos ambientes favoráveis; ou seja, a QV está relacionada à incorporação de sua vida aos seus ideais.
Compreendendo a importância das consequências das quedas para os idosos, os conceitos de QV e a necessidade de implementar políticas e planejar ações de atenção ao idoso, este estudo se propõe a avaliar o conhecimento científico produzido, relacionado às quedas e à QV em idosos. A questão norteadora foi: “Qual é o conhecimento científico já produzido e relacionado à qualidade de vida dos idosos que sofreram quedas?”
Nessa perspectiva, considerando que os idosos podem apresentar a QV influenciada pelas quedas, o presente estudo teve como objetivo geral buscar e avaliar as evidências disponíveis na literatura sobre o conhecimento científico produzido relacionado à QV do idoso que sofreu queda. E, como objetivos específicos: caracterizar a produção científica segundo a metodologia adotada, os aspectos relacionados à QV apresentados pelo idoso que sofreu queda e identificar quais os instrumentos utilizados para avaliar a QV.
Métodos
Utilizou-se a Revisão Integrativa (RI) da Literatura, método de revisão específico que sumariza a literatura teórica ou empírica anterior para prover o entendimento compreensivo de um fenômeno particular ou problema relacionado à saúde14.
Esse método pode tornar os resultados de pesquisas mais acessíveis, reduzindo alguns obstáculos da utilização do conhecimento científico, pois possibilita ao leitor o acesso a diversas pesquisas realizadas, em um único estudo15.
Depois de estabelecida a questão norteadora, três bases de dados foram utilizadas como fonte de levantamento dos estudos: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (MEDLINE) e a combinação dos seguintes descritores: qualidade de vida (quality of life), idoso (aged and aged and over) e acidentes por quedas (accidental falls).
Os critérios de inclusão estabelecidos para a seleção dos artigos foram: artigos com resumos disponíveis relacionados à QV dos idosos (≥ 60 anos) que sofreram quedas, publicados nos idiomas português, espanhol e inglês, indexados nas bases de dados LILACS, CINAHL e MEDLINE, no período de janeiro de 1999 a outubro de 2009.
Os estudos foram examinados por um instrumento construído e validado16 que permitiu a identificação das publicações, sua caracterização quanto aos critérios de avaliação de QV e quanto à metodologia, considerando o delineamento de pesquisa dos artigos17-18 e o nível de evidência19 dos mesmos.
O levantamento dos estudos foi realizado em outubro de 2009, concomitantemente nas três bases de dados. No cruzamento dos descritores, foi encontrado um total de 118 artigos, dos quais 15 se repetiam entre as bases de dados, restando 103 estudos em que, após serem lidos os resumos e aplicados os critérios de inclusão, foram selecionados 24 para a leitura na íntegra. Após a leitura destes artigos, sete foram selecionados, e, posteriormente, foram incluídos outros dois artigos referenciados nos estudos por atenderem aos critérios de inclusão, totalizando nove artigos que compuseram a amostra desta RI.
A análise dos artigos ocorreu de forma descritiva, de acordo com o instrumento de coleta de dados16, permitindo avaliar as seguintes características de cada artigo: identificação da publicação, critérios de avaliação de QV e metodologia dos estudos. Para a construção das categorias, utilizou-se a técnica de análise temática20.
Resultados
Foram analisados nove artigos na íntegra, e, após a análise de conteúdo temática, os temas abordados foram divididos nas seguintes categorias: Impacto da queda na QV (três artigos), Impacto do medo da queda na QV (três artigos), Programa de prevenção de quedas e QV (dois artigos), Relação entre fatores intrínsecos para risco de quedas e quedas na QV (um artigo).
Em relação à caracterização dos estudos, quanto ao ano de publicação, em 2008, 2004 e 2003 foram publicados dois artigos em cada ano e nos anos de 2007, 2005 e 2000 um artigo cada. Quanto à formação profissional do autor principal, um artigo foi publicado por médico, um por enfermeiro, dois por fisioterapeutas e em cinco não foi possível identificar a categoria profissional dos autores. De acordo com a instituição de origem dos autores principais, oito artigos estão vinculados a universidades e um está vinculado a uma Fundação.
No que se refere ao idioma, sete publicações foram em inglês e duas em português. Com relação ao país-sede do estudo, dois foram desenvolvidos no Canadá, dois em Taiwan, outros dois no Brasil, um nos Estados Unidos, um na Austrália e um na Holanda. Quanto ao periódico de publicação, foram detectados nove periódicos diferentes, sendo cinco revistas específicas de gerontologia e/ou geriatria.
Quanto aos critérios de avaliação de QV, em três artigos, os autores apresentaram uma definição de QV e em seis não. Foram utilizados cinco instrumentos diferentes para mensurar a QV dos idosos nos estudos revisados (Quadro 1), sendo que em sete foi justificada a escolha dos mesmos e em dois não; quatro estudos referiram ter utilizado instrumentos validados para a população do estudo, e cinco não fizeram esta menção.
Os Quadros 2 e 3 apresentam as principais funções ou domínios afetados e a síntese do conhecimento, de acordo com as categorias temáticas dos estudos, os delineamentos de pesquisa e os níveis de evidência.
Discussão
Enquanto a expectativa de vida entre a população idosa tem aumentado devido às intervenções médicas e de saúde pública, estudos sobre a importância da QVRS nesta fase da vida também têm surgido21. As reduções do número de quedas e dos danos causados por elas, por meio de programas de prevenção, podem contribuir para melhorar a QV10.
Embora as pesquisas tenham crescido nos últimos anos, os resultados do presente estudo mostraram que apenas dois artigos foram publicados no Brasil, em português; e nenhum artigo foi encontrado no idioma espanhol. Quanto à autoria principal, apenas um dos estudos foi realizado por enfermeiro, revelando a necessidade destes profissionais investirem nessa área de pesquisa, na busca de subsídios para a assistência de enfermagem prestada aos idosos.
Com relação aos aspectos referentes à avaliação de QV, os resultados evidenciaram que somente três artigos utilizaram definições de QV, esta deficiência foi observada em outros estudos de revisão10,22.
De acordo com o delineamento de pesquisa e nível de evidência avaliado, houve predomínio de estudos descritivos, ou seja, seis artigos classificados com nível de evidência 6, considerado fraco; um estudo caso-controle, nível 4; e dois Ensaios Clínicos Randomizados Controlados (ECRC), nível 2, de delineamento experimental, considerados evidências fortes; contudo, o nível 2 de evidência na pesquisa em enfermagem ainda é restrito.
Quanto às categorias temáticas apresentadas no Quadro 2, na categoria Impacto da queda na QV, as quedas foram frequentes nos idosos e ocasionaram consequências negativas para sua QV. O estudo21 que avaliou a QV em idosos com fratura de quadril devido a quedas corroborou que as quedas interferem na QV dessa população e que planos de intervenção para alta hospitalar podem diminuir o tempo de internação, algumas consequências pós-alta hospitalar, a razão de readmissão hospitalar, a razão de sobrevivência, além de possibilitar melhora no desempenho das atividades da vida diária e melhores condições de QV para os mesmos.
Com relação à categoria Impacto do medo da queda na QV, foi evidenciado que os idosos com maior medo de quedas foram os que mais as sofreram e apresentaram piores escores para QV e assim, como nesta revisão, estudos7,23 mostraram que idosos que sofreram quedas anteriores relataram mais medo de quedas do que os que não caíram, e o estudo23 encontrou entre as mulheres na faixa etária de 60 a 69 anos maior medo de cair, aquelas que apresentaram de moderado a alto medo de cair relataram piores escores para funções física, social, funcional, dor corporal, vitalidade e saúde geral, e os homens com moderado grau de medo de cair apresentaram piores escores para funções social, funcional e saúde geral. Nesta revisão, os idosos com alto medo de cair relataram piores escores nas funções física, mental e dor corporal.
Quanto à categoria Programa de prevenção de quedas e QV, os grupos de idosos que tiveram quedas e realizaram exercícios apresentaram melhores resultados para QV do que os grupos que caíram e receberam orientações para prevenção de quedas como modificações comportamentais em relação ao ambiente e educacionais. Uma Revisão Sistemática (RS)10 avaliou Ensaios Clínicos Randomizados Controlados (ECRC) que envolveram intervenções para prevenção de quedas, como uma avaliação dos efeitos da QV dos idosos, e encontrou poucos estudos que usaram a QV com este objetivo, seis em 12 intervenções obtiveram resultados positivos e, destes, oito reportaram resultados relacionados às quedas, mas nem todos compararam a QV entre os que sofreram e os que não sofreram quedas. Nos dois estudos desta RI, um destes24 também está incluso na RS, eles realizaram esta comparação e encontraram a QV prejudicada para os idosos que sofreram quedas, mas com o decorrer do programa de intervenção para prevenção de quedas, a QV melhorou, sendo considerados resultados positivos.
Com relação à categoria Relação entre fatores intrínsecos para risco de quedas e quedas na QV, as idosas com osteoporose que sofreram quedas apresentaram a função emocional prejudicada. A osteoporose também foi comum em mulheres no estudo25, cuja avaliação de um programa de reabilitação para idosos com fratura de quadril evidenciou a função física prejudicada e medo de cair. A osteoporose também foi predominante no sexo feminino, e esta fragilidade das mulheres idosas teve maior incidência do medo de cair quando comparada com os homens23. A queda em idosos com idade acima de 85 anos foi preditiva para pior saúde física, emoções negativas e menos atividade física do que entre idosos com idade inferior a esta8.
Ressaltam-se, como limitações deste estudo, a delimitação dos idiomas português, espanhol e inglês, a utilização de apenas três bases de dados e a não inclusão de dissertações e teses que podem ter excluído estudos considerados importantes.
Conclusão
Este estudo possibilitou caracterizar a produção científica quanto aos aspectos metodológicos dos estudos sobre QV apresentada pelo idoso que sofreu queda. No total, nove artigos preencheram os critérios de inclusão e fizeram parte desta RI.
Com relação à categorização dos estudos, como lacunas no conhecimento, observou-se a escassez de estudos de intervenção que retratem evidências fortes, pois a maioria dos estudos encontrados foi descritiva, classificada como nível de evidência 6, considerada fraca. Detectou-se, também, baixa produção científica tanto no Brasil quanto na América Latina, sendo apenas dois estudos publicados no Brasil, em português; e com a participação do enfermeiro em apenas um estudo como autor principal, fazendo-se necessária uma reflexão sobre a temática, para que novas pesquisas sejam desenvolvidas e divulgadas.
Quanto aos aspectos relacionados à QV, apenas três estudos a definiram, quatro não mencionaram se utilizaram instrumentos validados para sua população e dois não justificaram suas escolhas; é importante a utilização de instrumentos validados para a confiabilidade dos resultados.
Quatro categorias temáticas foram estabelecidas, após a análise dos estudos: Impacto da queda na QV, Impacto do medo da queda na QV, Programa de prevenção de quedas e QV e Relação entre fatores intrínsecos para risco de queda e queda na QV e observou-se que: as quedas são frequentes nos idosos, sendo a maioria devido aos fatores intrínsecos; e aqueles idosos que já caíram têm mais medo e maior chance de cair novamente, eles apresentaram déficits em funções ou domínios da QV, tais como: funções física, emocional ou mental, dor corporal e relacionados ao meio ambiente, bem como programas de intervenção de quedas podem melhorar sua QV após a queda.
Portanto, de acordo com os resultados desta RI, sugere-se aos profissionais de saúde, inclusive o enfermeiro, maior atuação tanto na assistência quanto na produção de pesquisas direcionadas aos idosos, desenvolvendo estudos de intervenção para prevenção de quedas que possam ser aplicados na prática clínica e possibilitem melhorar a QV dos idosos.
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