22.5.11

AGRESSÃO A PESSOA IDOSA

VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA.


VIOLENCE AGAINST THE ELDERLY. 

TEIXEIRA, Neliete Aparecida; ZANATTA, Telma Brasil; VILENZA, Ana Carolina Dias.

1Discente do Curso de Enfermagem da Universidade Salgado de Oliveira.
2Mestre em Enfermagem, Especialista em Saúde Mental, Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Salgado de Oliveira.

3Mestre em Enfermagem, Especialista em........, Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Salgado de Oliveira.


Resumo: A violência contra a pessoa idosa refere-se a um conjunto de atos como: abusos físicos, psicológicos, sexuais, abandono, negligências, abusos financeiros e autonegligência. Há também os casos de maus-tratos em asilos e entidades que atendem idosos. Ao enfrentar esse tipo de situação, o idoso sente-se só, sem ter como se defender ou alguém para defendê-lo. Dessa forma, esse estudo faz uma revisão geral sobre a situação dos idosos em situação de abusos.Objetivo: Relatar os tipos de violência mais comuns no idoso, o perfil dos agressores, visando um aprimoramento e informação da equipe de enfermagem para um atendimento digno a esta população.Metodologia:Estudo bibliográfico descritivo, empregado de coleta de informações literárias.Resultados: Estudos revelam que a violência contra a pessoa idosa é multidimensional e expressa uma relação de poder tanto estrutural institucional como intra-familiar que nega o ser idoso, discrimina a velhice e se desdobra em desqualificação (violência psicológica), privação de liberdade e lesões (violência física), privação ou retenção da renda (violência financeira), negligência, abandono e violência sexual, provocando dano, sofrimento e/ou prejuízo à essa população.Conclusão:Os atos de violência manifestam-se principalmente sobre a forma de abandono pela família, institucionalização forçada, ameaças, chantagem, desvalorização, roubos, abuso de autoridade, abuso de confiança, agressões físicas e verbais.

Palavras-chaves: Idoso, violência, Agressor.

Abstract - This work had for objective to tell the types of more common violence in the aged one, as well as, to identify the profile of the aggressors; aiming at an improvement and information of the team of nursing for a worthy attendance to this population. It was based through a descriptive bibliographical revision, with information of existing literature already, in the period of 2000 the 2010. It was observed that the majority of the aggressions suffered for the aged ones is of the physical type with emotional and psychological consequences. It was also verified that the practical one of the same ones, if of the one in its majority for familiar, being children (), daughter-inlaw, son-in-laws and grandsons (). The aggressors in its majority make it for financial reasons, being these, using of alcohol, drugs, etc. In a general analysis, it was we perceive that the aged ones have distrust in making any type of denunciation, for depending on these under diverse circumstances and coming to lose the bond with too much members of the family, social exclusion in its proper homes, loss of the housing, “security”, etc.

Word-keys: Aged, violence, Aggressor.

Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 2-12


I. Introdução.

O envelhecimento ativo e saudável consiste na busca pela qualidade de vida por meio da alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, convivência social estimulante, busca de atividades prazerosas que atenuem o estresse, redução dos danos decorrentes do consumo de álcool e tabaco, diminuição da auto-medicação, etc (CALDAS, 2002).
Um idoso saudável tem sua autonomia preservada, tanto na independência física, quanto na psíquica (MENDES, 2001). 
A população brasileira vem envelhecendo de forma rápida desde o início da década de 1960, quando a queda das taxas de fecundidade começou a alterar a sua estrutura etária, estreitando progressivamente a base da pirâmide populacional (IBGE, 2000). 
Atualmente, os idosos no Brasil representam cerca de 10% da população geral, o que já o caracteriza como sendo um país de idosos. Além disso, como em outros países no mundo, existe no nosso país um maior número de mulheres na faixa etária idosa (IBGE, 2002).
Essa diferença se acentua ainda mais com o aumento da idade: a razão de sexo é de 118 mulheres para cada 100 homens na faixa etária de 65-69 anos e de 141 para cada cem no grupo de oitenta anos ou mais (IBGE, 2002).
Segundo IBGE, até 2025 o Brasil terá 34 milhões de habitantes nessa faixa etária, o que o colocará no 6º lugar do ranking.
Em decorrência das alterações normais do organismo devido ao processo de envelhecimento, muitas são as dificuldades enfrentadas pelos mesmos, que em sua maioria passam pela fragilidade e vulnerabilidade própria do seu estado.
Nos últimos anos ouve uma mudança no paradigma da sobrevida destes quanto à: melhora da qualidade de vida, desencadeada por políticas públicas direcionadas ao idoso, melhores condições sanitárias, cobertura vacinal, programas sociais direcionadas a essa população, como (centro de convivência ao idoso, PSF, fornecimento de medicamentos, maior acesso à assistência médica, etc) (NULAND, 2007). 
Diante do exposto, a violência contra o idoso surge como um problema social, mas, com uma visão holística que permeia a atualidade e consequentemente o futuro de cada um de nós.
Juntamente com tantas mudanças a esse meio e nessa população, surgiram também os problemas oriundos de um arcabouço de processos e situações maléficas, dentre elas destaca-se a “Violência contra o Idoso” (MS, 2000).

Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 3-12

Freqüentemente denominados “maus tratos e abusos”, esse conjunto de termos se refere a abusos físicos, psicológicos e sexuais; assim como a abandono, negligências, abusos financeiros e autonegligência. Ressalto, por pertinente, que a negligência, conceituada como a recusa, omissão ou fracasso por parte do responsável pelo idoso em aportar-lhe os cuidados de que necessita, é uma das formas de violência mais presentes tanto em nível doméstico quanto institucional em nosso país. Dela advêm, freqüentemente, lesões e traumas físicos, emocionais e sociais para a pessoa idosa (MS, 2002).
A Constituição Federal diz que é obrigação dos filhos darem assistência aos pais, contudo, esses deveres ficam no papel. Com base nas ocorrências registradas pela Delegacia de Proteção ao Idoso de São Paulo em 2000, 39,6% dos agressores eram filhos das vítimas e que parte das ocorrências são retiradas pelos idosos dias após a denúncia. Estes argumentam que precisam viver com a família, têm de voltar para casa, e a manutenção da queixa atrapalharia a convivência (IBCCRIM, 2000).
Há também os casos de maus-tratos em asilos e entidades que atendem idosos. Ao enfrentar esse tipo de situação, o idoso sente-se só, sem ter como se defender ou alguém para defendê-lo. Nesse caso, a orientação é para que a vítima procure as promotorias e as delegacias especializadas no atendimento aos idosos. É bom lembrar que as delegacias comuns também registram denúncias tanto contra familiares quanto contra instituições que abrigam idosos (IBCCRIM, 2001).
A violência contra a pessoa idosa é multidimensional e expressa uma relação de poder tanto estrutural institucional como intra-familiar que nega o ser idoso, discrimina a velhice e se desdobra em desqualificação (violência psicológica), privação de liberdade e lesões (violência física), privação ou retenção da renda (violência financeira), negligência, abandono e violência sexual, provocando dano, sofrimento ou prejuízo à pessoa idosa (IBCCRIM, 2001).
Os atos de violência manifestam-se principalmente sobre a forma de abandono pela família, institucionalização forçada, ameaças, chantagem, desvalorização, roubos, abuso de autoridade, abuso de confiança, agressões físicas e verbais. Dessas agressões, maior parte é provocada pelos filhos, seguido pelo esposo, vizinhos e outros (MS, 2002).
Em virtude do crescimento populacional de pessoas nessa faixa etária, houve também um aumento considerável de problemas sociais, políticos e culturais que defrontaram com os atuais padrões éticos e legais que permeiam nossa sociedade, entre eles, destaca-se a violência contra a pessoa idosa, que tem se tornado cada dia mais comum em nosso meio. 
Buscamos como objetivo, relatar os tipos de violência mais comuns no idoso, e o perfil dos agressores, visando um aprimoramento e informação da equipe de enfermagem para um atendimento digno a esta população.

Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 4-12


II. Materiais e Métodos.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva, empregado na coleta de dados de informações literárias. Sendo esta uma forma de investigação que agrega todos os recursos encontrados formando um corpo textual. 
O estudo teve como base de dados pesquisas exploradas em: Scielo, Google Acadêmico, Livros e Revistas. Buscou-se artigos e periódicos relacionados com a Temática, escritos no idioma português e inglês no período de 2000 a 2010.
A análise dos dados foi feita sob forma de categorização dos artigos, que foram descritas, onde as categorias dão prioridade à importância de cada tema: Idoso, Violência à Pessoa Idosa e Agressor. Foram adotadas técnicas de pesquisa, baseadas na exploração de artigos que contendo informações, resultados e conclusões de autores que pesquisaram sobre o tema proposto, com informações pertinentes à construção deste trabalho.
Foram pesquisados 32 artigos relacionados ao tema de forma direta e indireta, onde 16 destes foram utilizados na construção deste trabalho. No entanto, todos os artigos estão relacionados nas referencias encontradas.


III. Resultado e discussão.

Na construção deste trabalho foram utilizados vários artigos, informações e trechos, os quais foram publicados em diversas revistas e se tornaram fontes de pesquisa na internet, onde, cada revista abaixo disponibilizou a quantidade de artigos também citados abaixo:
Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 5-12
Fonte de Dados Nº de Artigos e periódicos. Ano
IBGE.
2 2000 à 2002
Figura 1: Referências encontradas.

3.1. O Ser Idoso.

A senescência é o processo natural de envelhecimento a nível celular ou o conjunto de fenômenos associados a este processo. O envelhecimento do organismo como um todo está relacionado com o fato das células somáticas do corpo irem morrendo uma após outra e não serem substituídas por novas como acontece na juventude (PASCHOAL, 2002).
As múltiplas divisões celulares que a célula registra ao longo do tempo, diminuem-se até que chega um limite crítico de comprimento, ponto este em que, a célula deixa de poder se dividir, envelhece e morre, e, como conseqüência diminui-se também número de células do organismo, das funções dos tecidos, das funções dos órgãos e das funções do próprio organismo. O resultado é o aparecimento das chamadas doenças da velhice (PASCHOAL, 2002). 
Este conceito se opõe à senilidade, também denominado envelhecimento patológico, e que é entendido como os danos à saúde associados com o tempo, porém causados por doenças ou maus hábitos de saúde (PASCHOAL, 2002).

Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 6-12

Na velhice, a manutenção de autonomia está intimamente ligada à qualidade de vida. Portanto, uma forma de se procurar quantificar a qualidade de vida de um indivíduo é através do grau de autonomia com que o mesmo desempenha as funções do dia-a-dia que o fazem independente dentro de seu contexto socioeconômico-cultural (CAMARANO, 2002).
O envelhecimento ativo e saudável consiste na busca pela qualidade de vida por meio da alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, convivência social estimulante, busca de atividades prazerosas que atenuem o estresse, redução dos danos decorrentes do consumo de álcool e tabaco, diminuição na auto-medicação, etc (CAMARANO, 2002). 
Um idoso saudável tem sua autonomia preservada, tanto na independência física, quanto na psíquica (CAMARANO, 2002). 

3.2. Violência.

A Organização Pan-Americana de Saúde (1990) define violência como sendo a utilização da força física ou da coação psíquica e moral por um indivíduo ou grupo, gerando destruição, dano, limitação ou negação de qualquer dos direitos estabelecidos das pessoas ou dos grupos vitimados. Estudos de várias culturas e de cunho comparativo entre países têm demonstrado que idosos de todos os status socioeconômicos, etnias e religiões são vulneráveis aos maus-tratos, os quais podem sofrer, ao mesmo tempo, vários tipos de violência (MENEZES, 2000). 
O prolongamento da vida fez surgirem dificuldades próprias do envelhecimento: torna mais freqüente e duradoura o convívio com portadores das muitas doenças degenerativas que atingem os idosos, comumente caracterizadas pelo declínio cognitivo. Assim, o idoso tem sua imagem associada à decadência, à perda de habilidades cognitivas e de controles físicos e emocionais, fundamentos importantes da autonomia dos sujeitos, e as várias doenças crônicas de que são portadores colocam-nos em estado de dependência que demanda cuidados para os quais a família nem sempre está disponível, neste contexto, surge a violência (DEBERT, 1999).
A velhice, originariamente vista como questão privada, foi integrada à agenda pública com a intervenção da filantropia e com a contribuição da Gerontologia. Na sociedade contemporânea, os dispositivos legais admitem, de forma consensual, que os cuidados para com os idosos são de responsabilidade concomitante da família, da sociedade e do Estado; assim, retoma-se a centralidade da família, com auxílio e suporte do Estado. De um lado, parece razoável que o idoso seja alvo do cuidado prioritário pela família: é ali que se desenvolvem e exercem os vínculos básicos do indivíduo, criando uma certa cultura, com seus códigos, regras, ritos e jogos próprios, um universo enfim de significados particulares que confere identidade ao sujeito (DEBERT, 1999). 


Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 7-12

 De outro lado, não se deve ignorar que o espaço privado tem sido palco de inúmeras formas de violência que afetam os membros mais frágeis, entre os quais estão os idosos. A lei estabelece que todo cidadão tenha o dever de denunciar à autoridade competente qualquer forma de negligência, maus-tratos ou desrespeito ao idoso (MENEZES, 2000).

3.2.1. Formas de Violência Familiar contra o Idoso.


A literatura define como formas mais comuns de violência familiar contra o idoso:

1) Os abusos físicos, entendidos como ações agressivas e brutais que podem ocasionar fraturas, hematomas, queimaduras ou outros danos físicos (FERNANDES & ASSIS, 1999);

2) Os abusos psicológicos, definidos como as diversas formas de privação ambiental, social ou verbal; a negação de direitos, as humilhações ou o uso de palavras e expressões que insultam ou ofendem; os preconceitos e a exclusão do convívio social (FERNANDES & ASSIS, 1999);

3) Os abusos financeiros ou a exploração econômica, definidos como a apropriação de rendimentos ou o uso ilícito de fundos, propriedades e outros ativos que pertençam ao idoso (FERNANDES & ASSIS, 1999);

4) A negligência, entendida como a situação na qual o responsável permite que o idoso experimente sofrimento; caracterizada como ativa quando o ato é deliberado, e como passiva quando resulta de conhecimento inadequado das necessidades do idoso ou de estresses do cuidador (QUEIROZ, 1999).

A identificação dessas formas de violência requer intervenção interdisciplinar e atenção dirigida para os sinais de sua ocorrência. 

1) O comportamento agressivo e hostil do cuidador; 
2) Sua ausência de disponibilidade para prestar os cuidados diários requeridos pela pessoa idosa; 
3) Preocupação excessiva com o controle do idoso ou a queixa reiterada da carga que ele representa; 
4) Certos tipos de lesões e ferimentos freqüentes no idoso; sua aparência descuidada; desnutrição; comportamento muito agressivo ou apático; afastamento, isolamento; tristeza ou 
Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 8-12

abatimento profundo são também sinais que merecem investigação (FERNANDES & ASSIS, 1999).
3.3. Agressor

Embora a violência que ocorre no âmbito familiar seja apresentada como de indiscutível presença, há outras duas questões que disputam com ela um espaço de relevância. Em primeiro lugar, um tipo de “negligência social difusa” que se manifesta como uma cultura de relação com os idosos, juntando, em sua configuração, o Estado que se omite quanto a programas de proteção e quanto à avaliação das instituições que oferecem assistência; instituições que abrigam e cuidam dos velhos como se eles estivessem em um corredor de espera da morte; e famílias que, por dificuldades financeiras e vários outros motivos, costumam abandonar seus familiares em asilos e clínicas (MACHADO et al., 2001). 
Em segundo lugar, como uma derivação dessa cultura negligente, assinala-se a “violência institucional”, cuja maior expressão são os asilos de idosos, sobretudo os conveniados com o Estado, onde são comuns processos de maus-tratos, de despersonalização, de destituição de poder e vontade, de falta ou inadequação de alimentos e, também, omissão de cuidados médicos específicos e personalizados (MACHADO et al., 2001). 
Freqüentemente, os idosos são vistos como ocupantes de um leito a mais para obtenção de financiamento público. Esse problema crucial tem no caso da Clínica Santa Genoveva, no Rio de Janeiro, sua expressão paradigmática (GUERRA et al., 2000).
A caracterização do agressor foi mais aprofundada ao se perguntar pelas situações de risco que os idosos vivenciam nos lares, ressaltando as seguintes: agressor e vítima viverem na mesma casa; o fato de os filhos serem dependentes financeiramente de seus pais de idade avançada; ou de os idosos dependerem da família de seus filhos para sua manutenção e sobrevivência; o abuso de álcool e drogas pelos filhos, outros adultos da casa e pelo próprio idoso; haver na família ambiente e vínculos frouxos, pouco comunicativos e pouco afetivos; isolamento social dos familiares e da pessoa de idade avançada; o idoso ter sido ou ser uma pessoa agressiva nas relações com seus familiares; haver história de violência na família; os cuidadores terem sido vítimas de violência doméstica; padecerem de depressão ou qualquer tipo de sofrimento mental ou psiquiátrico (ORTMANN et al., 2001).
Dentre todos os fatores, ressalta-se a forte associação entre maus-tratos aos velhos e dependência química.
A Constituição Federal diz que é obrigação dos filhos darem assistência aos pais, contudo, 
Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 9-12

esses direitos ficam no papel. Estudo feito pelo IBCCRIM com base nas ocorrências registradas pela Delegacia de Proteção ao Idoso de São Paulo em 2000 mostra que 39,6% dos agressores eram filhos das vítimas e que parte das ocorrências é retirada pelos idosos dias após a denúncia. Nos registros, os idosos argumentam que precisam viver com a família, têm de voltar para casa, e a manutenção da queixa atrapalharia a convivência (IBCCRIM, 2001).

IV. Considereações Finais.

Percebemos que os atos de violência manifestam-se principalmente sobre a forma de abandono pela família, institucionalização forçada, ameaças, chantagem, desvalorização, roubos, abuso de autoridade, abuso de confiança, agressões físicas e verbais. Dessas agressões, maior parte é provocada pelos filhos, seguido pelo esposo, vizinhos e outros.
A violência é a utilização da força física ou da coação psíquica e moral por um indivíduo ou grupo, gerando destruição, dano, limitação ou negação de qualquer dos direitos estabelecidos das pessoas ou dos grupos vitimados. 
Idosos de todos os status socioeconômicos, etnias e religiões são vulneráveis a maus-tratos, e, podem sofrer ao mesmo tempo vários tipos de violência. 
A aprovação do Estatuto do Idoso, em 1º de outubro de 2003, foi um marco nas políticas públicas de assistência social do Brasil: o reconhecimento do idoso como pessoa portadora de direitos. O SUAS que funciona de forma semelhante ao Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito da assistência social unificando e estabelecendo metas para a ação integrada de estados, municípios e do governo federal como peça-chave na assistência à terceira idade.
Enquanto enfermeiros esperamos que a busca por relações menos conflitantes e mais efetivas entre os profissionais de saúde, idosos, famílias e instituições asilares seja satisfatória e com maior abrangência possível. Violência gera violência, assim como, amor gera amor... Enfermagem é Amor!!!
Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 10-12



V. Agradecimentos.

Agradecemos primeiro a Deus pela nossa existência, aos nossos familiares e principalmente aos filhos que muitas vezes se sufocaram em nossas angústias, tensões e ausência devido a total dedicação no cumprimento desta meta. A Profª Telma pela paciência dispensada a cada um e em cada dúvida apresentada. O NOSSO MUITO OBRIGADO!!!!

Referências Bibliográficas.

-CALDAS, C. P. O idoso em processo de demência: o impacto na família. In: Antropologia, Saúde e Envelhecimento (M. C. S. Minayo & C. E. A. Coimbra Jr., org.), pp. 51-72, Rio de Janeiro: Editora Fiocruz. 2002
-CAMARANO A A. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. Rio de Janeiro: IPEA; 2002.
-DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice: Socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo: EDUSP.1999.
-FERNANDES, M. G. M. & Assis, J. F. Maus-tratos contra o idoso: Definições e estratégias para identificar e cuidar. Gerontologia 7 (3), 144-149. 1999.
-GUERRA, H. L. et al. A morte de idosos na Clínica Santa Genoveva, Rio de Janeiro: um excesso de mortalidade que o sistema público de saúde poderia ter evitado. Cad. Saúde Pública [online]. v.16, n.2, p.545-551, 2000.
-IBGE. Perfil dos idosos responsáveis pelo domicílio. Pesquisa Nacional por amostragem domiciliar 2002. Disponível em: URL:
-INSTITUTO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS CRIMINAIS (IBCCRIM). Núcleo de pesquisa. O idoso em perigo. 2001. Disponível em: http://www.ibccrim.com.br/pesquisa. Acesso em 20/05/2010.
-MACHADO, L.; GOMES, R. & XAVIER, E. Meninos do passado. Inteligência, 15:37-52. 2001
-MENDES, P. M. Cuidadores heróis anônimos do cotidiano. In: KARSCH, U. Envelhecimento com dependência: revelando cuidadores. 4. ed. São Paulo: Educ, 2001.
-MENEZES, M. R. Da Violência Revelada à Violência Silenciada. Tese de Doutorado, Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 2000.
Araújo, Aleane de Jesus; Teixeira, Neliete Aparecida; Pereira, Newber Rodrigues; - Violência contra a pessoa idosa (2010) 11-12
-MINAHIO MCS. Violência: um velho-novo desafio para a atenção à saúde. Rev. Bras. Ed Médica 2005 Abril; 29(1): 55-63. 
-MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Assistência à Saúde. Redes Estaduais de Atenção à Saúde do Idoso: guia operacional e portarias relacionadas. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2002. 
-NULAND, Sherwin B. A arte de envelhecer/ tradução Claudia Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
-ORTMAMN, C.; FECHNER, G.; BAJANOWSKI, T. & BRINKMAN, B., 2001. Fatal neglect of the elderly. Journal of Legal Medicine, 114:191-193.
-PASCHOAL, S. M. P. Qualidade de vida na velhice. In E. V. Freitas, L. Py, A. L. Neri, F. A. X. Cançado, M. L. Gorzoni, S. M. Rocha (Eds.), Tratado de Geriatria e Gerontologia (pp. 79-84). Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2002.
- QUEIROZ, Z. P. V. Participação popular na velhice: Possibilidade real ou mera utopia? O Mundo da Saúde, 23 (24), 112-204, 1999.

Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais - IBCCRIM 1 1999 à 2001
Ministério da Saúde. 3 2000 à 2002
Rev. Escola Enfermagem da USP. 3 1999 à 2005
Revista Nursing.
2 1999 à 2008
Scielo.
5 2000 à 2009
Total.
16

Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
AGRESSÃO A PESSOA IDOSA publicado 17/05/2011 por NELIETE APARECIDA TEIXEIRA em http://www.webartigos.com



Fonte: http://www.webartigos.com/articles/66267/1/AGRESSAO-A-PESSOA-IDOSA/pagina1.html#ixzz1N82TDkXa

8.5.11

Os cuidados a ter com alguém que sofre de incontinência

A incontinência urinária é uma patologia que afeta milhares de pessoas em todo o mundo e constitui-se como um dos maiores entraves à realização das tarefas mais básicas do dia-a-dia. Saiba como cuidar de uma pessoa com incontinência.

Os cuidados a ter com alguém que sofre de incontinência

A forma como cuida de alguém que sofre de incontinência está relacionada com a forma como lida com ela e como a incentiva. Conheça os cuidados principais que pode ter com alguém que sofre de incontinência urinária. Dos principais, destacam-se os seguintes:
Monitorizar a ingestão de líquidos: É necessário encontrar um ponto de equilíbrio na quantidade de liquídos que um indivíduo ingere. Os líquidos em excesso vão fazer com que ele se desloque várias vezes à casa de banho/banheiro; a ingestão de poucos liquídos pode tornar a urina mais concentrada e prejudicar a bexiga ao torná-la menos ativa. Deve conversar com o seu médico antes de fazer qualquer mudança significativa na ingestão de liquídos.
Prestar atenção à alimentação: Existem alimentos e bebidas que podem agravar a incontinência, como é o caso das bebidas alcoólicas, água com gás, cafeína e os alimentos ricos em ácidos. Deve procurar seguir uma alimentação rica em fibras e hidratos de carbono.
Utilizar roupas íntimas absorventes: A utilização de roupas intímas absorventes é muito importante, pois protege um indivíduo em caso de alguma fuga urinária e mantém-o sempre seco e confortável.
Lidar com distúrbios emocionais: A incontinência pode causar num indivíduo vários distúrbios emocionais, inclusivé, pode conduzir à sua depressão. Dessa forma, e para que tal não aconteça, deve desdramatizar a situação e falar com o incontinente de uma forma clara e compreensiva. Essa é a melhor maneira de lidar com a situação e vai ajudar o incontinente a perceber que a sua vida não precisa de mudar radicalmente.

Algumas dicas práticas para lidar com a incontinência

Para a maioria das pessoas, ir à casa de banho/banheiro é uma rotina que faz parte do seu dia-a-dia – e é algo que não se repara. No entanto, no caso de um idoso, ele pode querer usar a casa de banho/banheiro e não ser capaz de o fazer. Conheça algumas dicas:
  • Certifique-se que a pessoa que está ao seu cuidado sabe onde se encontra a casa de banho/banheiro – um sinal na porta pode ajudar imenso;
  • Confirme que o acesso à casa de banho/banheiro está desimpedido e que não existem móveis ou tapetes ao longo do caminho que possam atrapalhar os movimentos do idoso;
  • Deixe a porta da casa de banho/banheiro aberta quando não estiver a utilizá-la. Se estiver fechada, o idoso pode pensar que está ocupada;
  • Assegure-se que a casa de banho/banheiro é fácil de ser utilizada. Considere a possibilidade de instalar corrimões ao longo da casa de banho para dotá-la de funcionalidade;
  • Certifique-se de que as roupas do idoso são fáceis de ser retiradas e desabotoadas. Tenha em atenção que, para um idoso, o velcro é mais fácil de ser gerido que os botões e zípers;
  • Se a tarefa de ir à casa de baho/banheiro se revelar impossível, a utilização de um urinol pode ser a resposta mais adequada.

Ajudas disponíveis para lidar com a incontinência

Poderá chegar a altura em que o idoso que está ao seu cuidado não consegue utilizar a casa de banho/banheiro. Nesses casos, é necessário intervir e lidar com as respetivas consequências. Há maneiras próprias de ajudar um idoso a sentir-se mais confortável e vários produtos disponíveis para lidar com a incontinência, como por exemplo:
Roupa de cama à prova de água: Os colchões são muito dificeis de limpar e, como tal, devem ser protegidos com uma cobertura à prova de água. Em termos de absorção esta é uma das medidas mais eficazes e permite que o idoso se mantenha sempre seco. Deve também certificar-se que a pele do idoso não entra em contacto com a proteção do colchão, uma vez que isso pode provocar feridas.
Lençóis absorventes: Existem lençóis especiais absorventes que podem ser utilizados numa cama ou sofá e permitem que um idoso se sente ou deite sempre numa superfície seca, maximizando o seu conforto.
Absorventes higiénicos e calças incontinentes: Os absorventes higiénicos e as calças incontinentes assemelham-se às fraldas e podem ser utilizadas de dia ou de noite. Têm a tarefa de manter a pele de um idoso seca e, ao mesmo tempo, são muito absorventes.

A incontinência e a higiéne pessoal

Se o idoso que está ao seu cuidado sofrer algum acidente urinário é importante lidar com isso o mais depressa possível, uma vez que isso pode ser bastante desconfortável e pode trazer cheiros desagradáveis. A humidade também poderá causar feridas na pele do idoso. Eis o que pode fazer:
  • Se uma pessoa idosa sofrer um acidente urinário, deve limpar a respetiva área com um pano húmido embebido em água quente. Certifique-se que a área fica seca antes de vestir novas roupas;
  • Limpe todas as roupas sujas imediatamente. É geralmente boa ideia deixar as roupas numa bacia com detergente para ficarem corretamente desinfetadas;
  • Ao deitar fora os absorventes utilizados, faça-o de uma forma higiénica e confirme se os sacos estão bem selados.
A incontinência é um problema infeliz e embaraçoso para muitos idosos. Ela mostra que o corpo pode não funcionar da maneira mais adequada e que é necessário lidar com essa situaçãode forma eficiente e digna para não causar nenhum sofrimento suplementar.
Infelizmente, a incontinência urinária não é necessariamente tratável nos idosos. Os mais jovens, que sofrem de incontinência, podem fazer uma série de exercícios para fortalecer os músculos pélvicos ou reforçar o controlo da bexiga, mas os idosos não o conseguem fazer. Para eles, existe medicação específica para estancar o problema, no entanto, a sua utilização não é aconselhável para os diabéticos, pois pode piorar o seu estado de saúde. No fundo, é uma parte natural do envelhecimento e deve ser aceite como tal.
A incontinência é um problema para muitos membros da população idosa porque é o resultado do enfraquecimento do corpo. Trata-se de uma questão muito particular e está dependente da forma como o idoso lida com isso, sem se sentir humilhado ou envergonhado.

Algumas dicas para prevenir o aparecimento da incontinência urinária

Existem formas de manter a bexiga saudável e de ajudar a minimizar as hipóteses de vir a sofrer de incontinência urinária. Conheça algumas das dicas principais:
  • Deve beber 6 a 8 copos de líquidos por dia e assim encontrar o seu ponto de equilíbrio entre o que ingere e as vezes que se desloca à casa de banho/banheiro. Deve fazê-lo, especialmente se fizer exercício físico, para manter os níveis de hidratação constantes;
  • Deve evitar, tanto quanto possível, bebidas alcoólicas e alimentos com cafeína;
  • Durante um dia deve urinar, no máximo, de 3 em 3 horas. Tenha em atenção que levantar-se a meio da noite para urinar é normal, mas mais de duas vezes já não o é;
  • Quando vai à casa de banho/banheiro para fazer as suas necessidades, não deve fazer força ao esvaziar a bexiga. As mulheres que têm uma “bexiga descaída” devem aguardar 3 a 5 segundos depois da primeira paragem da micção e, em seguida, devem tentar esvaziar a bexiga mais um pouco.
  • Opte por realizar exercício físico com regularidade, de modo a manter o seu peso constante. É também aconselhável que ingira sempre algo quente pela manhã para que o seu trânsito intestinal seja mais fluído;
  • Deve deixar de fumar, pois o fumo aumenta o risco de câncer na bexiga e a tosse de fumador crónico pode exercer excesso de pressão sobre a bexiga.

6.5.11

Doença de Alzheimer (Sintomas)

Os 25 sintomas da doença de Alzheimer

Doença de Alzheimer
De todas as pessoas que sofrem de demência, estima-se que 50 a 70% dos indivíduos afetados tenham a doença de Alzheimer. Conheça os 25 sintomas que determinam o aparecimento da doença de Alzheimer e faça o melhor diagnóstico possível para aumentar a qualidade de vida de um doente.
A doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, lenta, progressiva e irreversível de diversas funções do conhecimento e revela-se na perda de memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras. No entanto, um único sintoma não indica necessariamente que uma pessoa sofra de Alzheimer ou de demência. Por exemplo, existem várias causas para a perda de memória e a falta dela não é sinónimo de doença. Contudo, se à perda de memória, existirem alterações significativas no comportamento e na capacidade funcional da pessoa, isso podem ser sinais claros do surgimento da doença de Alzheimer.
Dos aspetos principais que constituem a doença de Alzheimer, destacam-se os sintomas seguintes:

1. A perda de memória

A maior parte dos doentes com Alzheimer não se consegue lembrar das mais pequenas coisas do dia-a-dia, como por exemplo: o que fizeram no dia anterior, os nomes das pessoas que os rodeiam, o que comeram ao almoço, os animais de estimação que têm, números de telefone e conversas recentes, entre outros. Em todo o caso, a perda de memória pode não ser consistente e o facto de não se lembrar hoje não quer dizer que não o faça amanhã.

2. O estado agitado e o humor alterado

É comum para alguém que sofre de Alzheimer parecer ansioso ou agitado. A agitação resulta geralmente do medo, confusão, pressão ou fadiga que um doente possa estar a sentir. Por outro lado, as mudanças radicais também contribuem para uma enorme agitação e mudança repentina de humor. Independentemente do motivo ou situação, um doente de Alzheimer pode passar de um estado calmo para um estado de raiva sem qualquer motivo aparente.

3. O julgamento debilitado

Uma pessoa que tem a doença de Alzheimer tem tendência a tomar as decisões mais disparatadas e/ou inadequadas perante uma determinada situação. Um exemplo dessa irresponsabilidade está na forma imperfeita de se vestir ou na incapacidade de avaliar por si próprio aquilo que é mais seguro. Por norma, as primeiras mudanças que ocorrem no julgamento de uma pessoa estão relacionadas com a gestão das suas finanças e é quando o dinheiro começa a ser gasto de forma inusitada e incorreta.

4. Dificuldade em lidar com o dinheiro

A dificuldade em lidar com o dinheiro é um obstáculo muito difícil de ser ultrapassado para quem sofre de Alzheimer. A incapacidade de pagar contas, de fazer as compras essenciais e administrar um orçamento é um sinal claro de demência psíquica e indica se um indivíduo está ou não na posse de todas as suas faculdades.

5. Dificuldade em realizar tarefas familiares

Uma pessoa que sofre de demência leva mais tempo a concluir as tarefas mais básicas do dia-a-dia que, por hábito, já realizou milhares de vezes. Por exemplo, um cozinheiro experiente pode ter sérias dificuldades em fritar um ovo ou qualquer outro tipo de cozinhado de fácil realização.

6. O problema do planeamento e resolução de problemas

À medida que a demência progride, podem existir maiores dificuldades de concentração. De uma forma mais particular, uma pessoa que sofre de Alzheimer não consegue seguir um plano, tomar a medicação correta ou gerir um orçamento. Por outro lado, a sua capacidade de decisão e resolução de problemas é nula.

7. Trocar o lugar das coisas

Um dos sintomas mais frequentes da doença de Alzheimer está relacionado com a troca sistemática do lugar das coisas. Por exemplo, é muito frequente encontrar as chaves de casa no congelador ou o comando da televisão na gaveta das meias, entre outras situações insólitas. Existe uma tendência para o esquecimento, mas também para deixar as coisas nos locais mais incomuns. É também de registar que é frequente acusarem outra pessoa de esconder ou roubar os seus pertences.

8. A desorientação no tempo e no espaço

A perceção do tempo e do espaço é um dos problemas mais graves que afeta um doente de Alzheimer. É muito fácil ficar perdido na rua, uma vez que não se recorda do local onde vive, não tem a noção das datas, estações do ano e/ou passagem do tempo, entre outras situações temporais e espaciais.

9. A dificuldade em comunicar

As capacidades linguísticas e comunicacionais de uma pessoa com Alzheimer vão diminuindo com o passar do tempo. Uma pessoa pode ter imensas dificuldades em encontrar a palavra certa, chamar as coisas pelos nomes errados, inventar novas palavras, entre outras situações. Esta condição carece de atenção, pois pode conduzir ao isolamento e depressão.

10. Vaguear sem rumo

Infelizmente, cerca de 60% das pessoas com demência têm uma tendência para vaguear sem qualquer tipo de destino. Isso deve-se à inquietação, medo, confusão em relação ao tempo e incapacidade em reconhecer pessoas, familiares, lugares e objetos. Em alguns casos, a pessoa pode sair de casa a meio da noite para satisfazer uma necessidade física, como encontrar uma casa de banho/banheiro ou comida, ou até pode querer ir para casa quando já está efetivamente em casa.

11. O discurso repetitivo

A repetição frequente de palavras, frases, perguntas ou atividades é uma característica da demência e da doença de Alzheimer. Esse comportamento repetitivo é provocado, por vezes, pela ansiedade, stress, ou para alcançar o conforto, segurança ou familiaridade.

12. As dificuldades visuais e espaciais

As pessoas que sofrem da doença de Alzheimer tendem a ter dificuldades de leitura, em julgar distâncias ou a determinar a cor e/ou contraste de um determinado tipo de material. Em termos de perceção, é comum que uma pessoa se olhe ao espelho e pense que está na companhia de outra pessoa sem se ter apercebido que está diante do seu próprio reflexo.

13. A realização de atividades sem qualquer tipo de propósito

Se detetar que um familiar que está ao seu cuidado realiza todo o tipo de esforços para a realização de uma atividade sem qualquer tipo de objetivo, como por exemplo abrir e fechar uma gaveta várias vezes, isso poderá significar que essa pessoa sofrerá de demência e, consequentemente, de Alzheimer. Apesar de não terem uma finalidade última, esse tipo de comportamentos revela a necessidade que uma pessoa tem em se sentir produtivo ou ocupado.

14. A necessidade de se afastar de todo o tipo de atividades

A doença de Alzheimer pode ser uma doença muito solitária e pode originar uma falta de interesse geral nas mais variadas atividades sociais ou pessoais. É comum que uma pessoa que sofra desta doença deixe de fazer os seus passatempos preferidos, pois não se recorda como os faz nem sequer sente o mesmo prazer.

15. A perda de iniciativa e motivação

A apatia, perda de interesse e de motivação em atividades sociais ou pessoais podem levar uma pessoa à depressão e, consequentemente, ao isolamento. A depressão dificulta muito a tarefa de um doente pois impede-o de articular corretamente os seus sentimentos e faz com que ele não tenha qualquer vontade ou iniciativa própria.

16. O não reconhecimento da família e dos amigos

De uma forma geral, as pessoas que têm Alzheimer esquecem o que aprenderam e quem conheceram e isso faz com que não reconheçam os seus amigos e familiares mais próximos. Num estado avançado e final da doença, as pessoas podem apenas recordar-se dos seus pais e de apenas algumas passagens com eles.

17. A perda das habilidades motoras e do sentido do tato

A demência afeta as capacidades motoras e interfere com o manuseamento de roupas ou todo o tipo de utensílios, como as tesouras ou os garfos. Contudo, a perda das habilidades motoras e do sentido do tato podem estar relacionados com uma doença muito diferente, como a doença de Parkinson. Deve observar esses sintomas e comunicá-los imediatamente ao seu médico de família para um diagnóstico mais detalhado.

18. A dificuldade em se vestir

A forma como um indivíduo se veste diz muito sobre a condição psicológica de uma pessoa. No caso de um doente de Alzheimer é comum ele utilizar a mesma roupa durante vários dias, pois esquece-se que a mesma já foi usada. Por outro lado, as dificuldades em apertar ou desabotoar os botões de uma camisa ou de um casaco, assim como realizar o nó de uma gravata são também um enorme handicap devido à perda das habilidades motoras.

19. O desleixo com a aparência e higiene pessoal

Os doentes de Alzheimer têm tendência para serem desleixados com a sua aparência e higiene pessoal, e esquecem-se, na maioria das vezes, de escovar os dentes, cortar as unhas, tomar banho e até utilizar a casa de banho/banheiro para a realização das suas necessidades.

20. Esquecer as refeições principais

A diminuição do apetite e a perda de interesse e prazer pela alimentação faz com que um doente de Alzheimer se esqueça de realizar as refeições principais ao longo do dia. Existe também a hipótese de um indivíduo perder a capacidade de dizer se um alimento ou bebida está quente ou frio demais para comer ou beber. Por vezes, face ao facto de não se lembrarem de como utilizar os talheres, alguns indivíduos chegam a levar a comida à mão até à sua própria boca.

21. O comportamento inadequado

Na fase terminal da doença de Alzheimer, um indivíduo pode revelar um comportamento inadequado e agir de forma atípica em várias situações distintas. Por exemplo, é comum esquecerem-se que são indivíduos casados e começam a fazer avanços sexuais inapropriados com outros parceiros, ou podem tirar a roupa em horários impróprios e em locais invulgares.

22. A capacidade de delirar

Os delírios e a paranoia são comuns nos doentes que sofrem de Alzheimer e alguns chegam a ter a forte convicção ou ilusão de que alguém o está a tentar ferir ou matar. A perda da memória e a confusão são os responsáveis principais pela má interpretação do que um doente vê e ouve.

23. A agressão física e verbal

A demência vai piorando com o tempo e com ela vão-se alterando os comportamentos e é normal que alguém se torne física ou verbalmente mais agressivo. As explosões verbais, gritos, ameaças e empurrões podem ser uma constante e podem surgir do nada. No entanto, é de realçar que a agressão verbal ou física pode estar relacionada com algum desconforto físico, incapacidade de comunicação ou frustração perante uma determinada situação.

24. As dificuldades em dormir

Alguns sintomas como a agitação, ansiedade, desorientação e confusão tendem a piorar à medida que o dia passa e podem continuar durante a noite, fazendo com que existam muitas dificuldades em adormecer e dormir. Essa perturbação do sono pode estar relacionada com as alterações do relógio biológico de uma pessoa e é uma razão comum que leva muitas vezes os familiares a colocar os seus entes queridos num lar de idosos.

25. A imitação ou o comportamento infantil

Os especialistas afirmam que quem sofre da doença de Alzheimer fica completamente dependente de um determinado indivíduo e imita-o de forma infantil, chegando até a segui-lo como uma espécie de “sombra”. Este comportamento surge, muitas vezes, pelo receio em encarar a forma confusa como o mundo é percecionado e pela necessidade de ter por perto uma pessoa em quem se confia totalmente.