Por Da Redação - agenusp@usp.br
O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP, em Bauru, lança nesta sexta-feira (19), a partir das 14 horas, um manual com receitas destinadas a pacientes portadores de disfagia. A nutricionista Suely Prieto de Barros, uma das autoras do manual, explica que a disfagia “é uma alteração no processo da deglutição ou uma potencial desabilidade em deglutir, com prejuízos na segurança, eficiência e na qualidade de ingerir alimentos”.
Há receitas de iogurtes, sucos, sobremesas, sopas e até sorvetes
“Pacientes que têm esse distúrbio podem estar sujeitos à desidratação e à desnutrição pela alimentação inadequada”, explica Suely. O manual, que é o primeiro a ser lançado no País com este perfil, objetiva oferecer uma alimentação palatável, balanceada e adequada às necessidades nutricionais e à consistência indicada.
A nutricionista explica que a disfagia pode ser causada por prematuridade; anomalias no trato aerodigestivo; defeitos congênitos da cavidade oral, laringe, traqueia e esôfago; defeitos anatômicos adquiridos; desordens no desenvolvimento neuromotor, dentre outros. “A doença também pode ser resultado de tipos de cânceres na região oral e do pescoço”, diz. Esses pacientes necessitam de alimentação com consistências diferenciadas que devem ser recomendadas por profissionais das áreas médica e fonoaudiológica. “Por isso, o manual será destinado aos profissionais e instituições especializados nos cuidados com essas pessoas”, define.
Quase 80 receitas
As consistências das receitas são baseadas na proposta da ADA 2002, Associação Americana de Disfagia. “A maioria dos portadores de disfagia não pode ingerir alimentos como feijão ou arroz, por exemplo. Em alguns casos, até mesmo líquidos podem ser prejudiciais”, alerta Suely.
As consistências das receitas são baseadas na proposta da ADA 2002, Associação Americana de Disfagia. “A maioria dos portadores de disfagia não pode ingerir alimentos como feijão ou arroz, por exemplo. Em alguns casos, até mesmo líquidos podem ser prejudiciais”, alerta Suely.
A entidade norte-americana possui uma tabela padronizada em centipoises (cP), medida baseada na viscosidade dos líquidos. O manual baseia-se nas três medidas da ADA: Néctar, que possui de 51 a 350 centipoises (cP); Mel, de 350 a 1.750 cP; e Pudim, acima de 1.750 cP. “Ao todo, são quase 80 receitas distribuídas nas três classificações e todas preparadas com quatro diferentes espessantes industriais, todos encontrados facilmente no Brasil”, ressalta Suely.
Segundo a nutricionista as receitas são simples, de fácil preparo e com valor nutricional equilibrado. “Além disso, o manual contém dicas interessantes”, lembra Suely. Ela explica ainda que, após a indicação da consistência, geralmente feita por médicos e fonoaudiólogos, qualquer pessoa que cuide de um portador de disfagia poderá preparar as receitas sem maiores problemas. Entre os diversos pratos, constam receitas de iogurtes, leites vitaminados, sucos e sobremesas, além de sopas e até mesmo sorvetes, todos adaptados para portadores de disfagia.
“Acreditamos que o manual possa ser uma excelente ferramenta aos profissionais que cuidam destes pacientes”, acredita Suely. As pessoas interessadas em adquirir o livro devem entrar em contato com o setor de Eventos do Centrinho, pelo telefone (14) 3235-8437 ou email eventos@centrinho.usp.br.
Durante três anos de pesquisas e testes, Suely contou com uma equipe de estudantes e professores, inclusive de outras universidades e com verbas da USP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também são autores do manual Flávia Munhoz Manzano (na época, aluna de graduação da Universidade do Sagrado Coração-USC, de Bauru) e Luciano Bruno de Carvalho Silva (doutorando da Unicamp no período de elaboração do trabalho e hoje docente da Universidade Federal de Alfenas.
Mais informações: (0XX14) 3235-8177, com a professora Suely Prieto de Barros; e-mail superes@centrinho.usp.br.