5.3.12

Idosos são mais sensíveis aos efeitos adversos dos remédios


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Estudo analisa os fatores associados à automedicação na população idosa de Campinas (SP).

O artigo “Automedicação em idosos residentes em Campinas, São Paulo, Brasil: prevalência e fatores associados” relata a prevalência e fatores ligados à automedicação em idosos. O estudo tem como autores Priscila Maria S. B. Francisco, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas, Karen Sarmento Costa, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, e colaboradores. A pesquisa foi publicada na edição de fevereiro deste ano nos Cadernos de Saúde Pública.

Os autores lembram que o envelhecimento populacional é um tema emergente em diversas áreas do conhecimento. E na área da saúde ele se caracteriza de forma peculiar, uma vez que há predominância de doenças crônicas e diversas de longa duração e isto exige um acompanhamento, cuidados permanentes e exames periódicos, afirmam. Segundo os especialistas, a prevalência de doenças crônicas com a idade, aumenta a demanda de consumo dos medicamentos – uns dos itens mais importantes da atenção à saúde do idoso.

Para os autores, os benefícios terapêuticos com o uso correto dos medicamentos são inegáveis, porém o elevado consumo entre os idosos pode causar riscos à saúde. “Os idosos utilizam de dois a cinco medicamentos diariamente e são mais sensíveis aos efeitos adversos, interações medicamentosas e toxicidade”, alertam. Além disso, os especialistas notaram que o consumo de medicamentos sem prescrição médica é um problema na população idosa.
De acordo com os especialistas, há fatores que contribuem para a automedicação como “familiaridade com o medicamento, experiências positivas anteriores, a função simbólica que os medicamentos exercem sobre a população, e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde”. Há estudos que investigam a prevalência e os fatores associados à automedicação e os seus resultados demostram que a prática varia entre os idosos residentes em diferentes localidades, informam. Os autores alertam para as desvantagens da automedicação, por exemplo, “os gastos desnecessários, atraso no diagnóstico e na terapêutica adequada, potenciais riscos de interações com os medicamentos prescritos, resistência bacteriana, reações adversas e intoxicação”.
Através dos resultados, os especialistas concluíram que a automedicação entre idosos em Campinas é de baixa prevalência e os medicamentos não prescritivos mais utilizados são de venda livre, o que sugere uma observação nos critérios técnicos no cuidado e na qualidade da assistência farmacêutica oferecida aos idosos pelo município. Entretanto, “diante da importância que se reveste o tema e da necessidade de sua melhor compreensão, estudos como este podem ser utilizados como ferramenta em diferentes localidades, para subsidiar a promoção do uso racional de medicamentos neste segmento populacional”, lembram os autores.