2.11.10

DESIGUALDADES EM SAÚDE ENTRE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

I SIMPÓSIO DO INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA JEM E VI

JORNADA GERONTOLÓGICA)] TEXTO 67



O envelhecimento populacional ocorre de maneira acelerada nos países em desenvolvimento, trazendo novos e importantes desafios. Estudos longitudinais de idosos permitem analisar as condições de vida e saúde nas várias coortes ao longo do tempo. Estudos de desigualdades de morbidade, acesso à
serviços e mortalidade são fundamentais para identificar necessidades de intervenção no sentido da
prevenção de mortes prematuras e melhoria das condições de saúde das pessoas idosas. O objetivo foi o e estudar as desigualdades em saúde entre idosos do Estudo Saúde, Bem -estar e Envelhecimento SABE), no qual foram entrevistados 2143 indivíduos com 60 anos ou mais no município de São Paulo em 2000 e deste, reentrevistados 1115 idosos em 2006. Foram analisadas as desigualdades em relação às condições de saúde e fatores socioeconômicos. Foram verificados ainda as desigualdades no uso de
serviços de saúde. O método estatístico utilizado foi o das taxas ajustadas, teste de associação corrigida
pelo desenho amostral de Rao Scott e modelos de regressão multivariada. Os individuos no pior extrato de renda e/ou de escolaridade utilizaram menos serviços, apresentaram piores condições de saúde e maior mortalidade. Foram encontrados 649 óbitos no período do estudo (22,9%). A probabilidade de óbitono período estudado foi maior quanto mais avançada a idade, entre idosos do sexo masculino (29,2%),
idosos sem escolaridade (32,0%), no menor quintil de renda (31,5%), com saúde referida como ruim
(41,6%), com mais de duas doenças crônicas referidas (28,5%), com três ou mais dificuldades nas Atividades Básicas de Vida Diária (62,1%), com baixo peso (34,3%), que sofreram alguma queda no
último ano (28,3%), que apresentam declínio cognitivo (46,9%) e que foram hospitalizados nos 4 meses anteriores à entrevista (34,2%). A determinação social na mortalidade de idosos traduz a iniqüidade do
viver e morrer. Nas mesmas condições de saúde identifica-se mortalidade precoce em função deprováveis necessidades não atendidas e dificuldades de acesso. O sistema de saúde universal brasileiro traduz uma política pública com foco na equidade mas, deve ter como alvo a melhoria do acesso ao cuidado integrado
 às condições crônicas e a identificação precoce da fragilidade e vulnerabilidade do idoso.

[I SIMPÓSIO DO INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA JEM E VI


Marilia Cristina Prado Louvison - Louvison, MCP - FSP/USP

> Yeda Aparecida Oliveria Duarte - Duarte, YAO - EE/USP

> Jair Licio Ferreira Santos - Santos, JL - FMRP/USP

> Maria Lucia Lebrão - Lebrão, ML - FSP/USP